A Necessidade de Repensar a Soltura de Fogos de Artifício: Comemoração ou Ignorância?
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Publicado em 25/12/2024

 

 

A Necessidade de Repensar a Soltura de Fogos de Artifício: Comemoração ou Ignorância?

 


As festas de fim de ano, como o Natal e a virada do ano, são momentos de celebração e união. No entanto, a prática de soltar fogos de artifício com sons estrondosos, especialmente em datas comemorativas, levanta uma questão importante: será que essa tradição é mesmo uma expressão de comemoração ou é apenas uma demonstração de ignorância disfarçada de celebração?

Apesar de sua aparência festiva, os fogos de artifício barulhentos trazem inúmeras consequências negativas que não podem ser ignoradas. O barulho intenso afeta diretamente pessoas mais vulneráveis, como autistas, idosos, crianças pequenas e indivíduos com transtornos de ansiedade. Para essas pessoas, o som dos fogos não é motivo de festa, mas sim de sofrimento, causando crises, desconforto físico e psicológico. Persistir na prática sem considerar esses impactos é, no mínimo, um sinal de falta de empatia.

 

Para os animais, os fogos são ainda mais devastadores. Cães, gatos e outros animais domésticos entram em pânico devido à sua audição extremamente sensível, o que pode levar a fugas descontroladas, acidentes, ataques cardíacos e até mortes. Ignorar esses efeitos é uma postura que demonstra falta de conhecimento ou simplesmente desinteresse pelas consequências dessa prática.

Mas o que torna essa prática ainda mais questionável é a insistência em associá-la à ideia de “comemoração”. A celebração deve ser inclusiva e respeitosa para todos. Quando escolhemos soltar fogos estrondosos, estamos, na verdade, priorizando uma satisfação momentânea e egoísta em detrimento do bem-estar de outros seres vivos. É, portanto, mais um reflexo de ignorância do que de celebração consciente.

Alternativas existem e já estão disponíveis, como os fogos de artifício silenciosos, que focam apenas no show de luzes.

Manter tradições sem refletir sobre seus impactos é um sinal de desinformação e apatia. É hora de repensarmos práticas como a soltura de fogos barulhentos e abraçarmos formas mais responsáveis de comemorar. Afinal, uma verdadeira celebração é aquela que inclui, respeita e não causa sofrimento — tanto para pessoas quanto para animais e o meio ambiente.

 

 

Marcos Aurélio Nunes – Observador Regional

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