ESTIAGEM E PERDAS NAS MISSÕES.
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Publicado em 23/01/2025

 

Região das Missões sofre com estiagem; confira situação nos municípios

 Micael Olegario

Seca prejudica lavouras de soja na região – Foto: Arquivo/FecoAgro

A região das Missões tem enfrentado os impactos da estiagem e da falta de chuvas consistentes neste início de 2025. A seca preocupa por conta dos efeitos na agricultura, principalmente nas lavouras de soja e milho, importantes para a economia local. Em entrevista ao programa Olho Vivo, prefeitos da região comentaram sobre a situação da estiagem em seus municípios.

No Rio Grande do Sul, a estiagem já provocou decretos de emergência em diferentes municípios, sendo o mais recente em São Nicolau. Em outras localidades, como Bossoroca, Rolador e Roque Gonzales, reuniões estão agendadas para levantar dados e decretar emergência.

Segundo dados preliminares de estudo realizado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), a safra de soja poderia ter uma quebra de 21% devido a seca no Estado.

De acordo imagens de satélite analisadas pela MetSul Meteorologia, a umidade do solo teve uma redução considerável nas regiões Oeste e Noroeste do RS, incluindo as Missões. Esse quadro de déficit é agravado pela evapotranspiração do solo, fenômeno que ocorre devido as altas temperaturas registradas nas últimas semanas e diminui a disponibilidade de água para o desenvolvimento das plantas.

Situação nos municípios

 


Bossoroca: o prefeito João Alberto Nascimento (PP) informou que uma reunião será realizada nesta sexta-feira, 24 de janeiro, com representantes do setor para avaliar o decreto de emergência. O encontro deve servir para levantar dados e informações sobre os impactos da estiagem. “O prejuízo maior é no soja, principalmente o que foi plantado em outubro, novembro e também as lavouras plantadas em dezembro”, explicou.

Rolador: a administração aguarda visita da Defesa Civil do RS nesta sexta-feira, 24/01, para decretar situação de emergência. Levantamento da Emater RS/Ascar aponta prejuízo de 40 a 50% nas lavouras do município. As informações foram repassadas pelo prefeito João Alberto Aquino Gomes (MDB). “Estamos com problemas de água, nos poços e, principalmente, com as redes de água, porque o solo aquece muito”, descreveu.

Roque Gonzales:  segundo o vice-prefeito e atual prefeito em exercício José Alfredo Kupske (PP), as comunidades do interior de Emanuel Paraíso e Rincão dos Goulart já estão sofrendo com falta de água. Uma reunião com a Emater RS/Ascar e entidades do meio rural será realizada na tarde desta quinta-feira, 23/01, para coletar dados sobre a estiagem. Conforme o gestor, a chuva dos últimos dias foi insuficiente para aliviar o quadro de seca. “Choveu em pequenas áreas do município”, disse.

Itacurubi: a falta de chuvas expressivas tem afetado a agricultura e a economia local. Segundo o prefeito Gelso dos Santos Soares (PDT), o município depende da agricultura familiar e das lavouras para manter sua arrecadação. O gestor detalhou reunião realizada em Capão do Cipó para elaborar uma ação e solicitar apoio junto ao governo federal para obter melhores condições de financiamento para o setor e abatimento de dívidas dos produtores. “Temos que ter planos estratégicos para lidar com estiagens”, destacou.

Dezesseis de Novembro: a administração tem distribuído água em algumas comunidades. Segundo dados informados pelo prefeito Johnni Bocacio (PP), o prejuízo da estiagem já alcança R$12 milhões no município. “Estamos avaliando com muita cautela, porque precisa de muita responsabilidade para fazer um decreto, baseado em números sobre prejuízos irreversíveis”, afirmou o gestor. A expectativa é de que a previsão de chuvas nesta semana ajude a recuperar algumas áreas, por exemplo, de alfafa e pastagens.

São Nicolau: primeiro município da região a declarar situação de calamidade devido à falta de chuva, desde dezembro São Nicolau registra perdas na produção agrícola. O prefeito Rafael Godois (PP) mencionou que a administração aguarda a homologação do decreto para viabilizar auxílios aos produtores. “As perdas já são significativas no município”, frisou. Segundo estimativa apresentada pelo gestor, a estiagem já trouxe um impacto negativo de cerca de R$60 milhões na economia local.

Fonte: Rádio São Luiz

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