O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), da Secretaria Estadual da Saúde (SES), emitiu nesta semana um alerta epidemiológico após a confirmação de um caso de dengue tipo 3. A introdução de um novo sorotipo pode aumentar o risco de casos graves de dengue, especialmente em indivíduos que já tiveram infecção prévia por outro sorotipo.
O alerta epidemiológico foi lançado após a confirmação é de um caso importado identificado laboratorialmente como sendo do tipo 3. Trata-se de residente no município de Porto Alegre, com histórico de viagem para Alagoas, e início dos sintomas em 14 de fevereiro. O diagnóstico do sorotipo foi confirmado em 6 de março.
No documento, a SES reforça uma série de orientações aos serviços de saúde e às vigilâncias municipais e destaca a importância de reforçar o monitoramento de suspeitos e a capacidade diagnóstica para detecção precoce de novos casos.
O sorotipo 3 é uma das quatro categorias de dengue em circulação no Brasil. Os sintomas da dengue tipo 3 são iguais aos demais: febre alta, dor atrás dos olhos, dor no corpo, manchas avermelhadas na pele, coceira, náuseas e dores musculares e articulares. Houve registros do sorotipo 3 no Rio Grande do Sul em 2007 e 2016, porém com poucos casos.
Estudos indicam que, após a segunda infecção por qualquer sorotipo, há uma predisposição para quadros mais graves, independentemente da sequência dos sorotipos envolvidos. A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos, que geram imunidade duradoura apenas contra o mesmo sorotipo, o que significa que infecções subsequentes com outros sorotipos podem aumentar o risco de formas graves da doença. O surgimento ou aumento de um sorotipo que antes não era predominante em uma região pode levar ao aumento de casos devido à maior suscetibilidade da população.
Orientações
Entre as orientações do alerta estão intensificar a vigilância epidemiológica e laboratorial para identificação de casos suspeitos. Além disso, a recomendação é para o reforço da notificação imediata de casos suspeitos e graves, com e atenção especial a pacientes com sinais de alarme e manifestações graves, pois a reinfecção a novo sorotipo aumenta o risco de formas severas da doença.
O documento também orienta que os municípios reforcem as estratégias de eliminação de criadouros do Aedes aegypti e intensificação das atividades de controle vetorial, além da sensibilização para a importância das medidas ambientais de combate ao mosquito, reconhecimento precoce dos sintomas e busca imediata por atendimento médico em casos suspeitos.
Situação da dengue no RS
Segundo o Painel de Casos de Dengue RS, com dados até 11 de março, o Rio Grande do Sul já teve confirmados 781 casos de dengue este ano. Não há, até a última atualização do painel, nenhum registro de óbito confirmado no Estado em 2025.
Vacinação
Em 2024, a vacina da dengue foi incorporada ao SUS para o público de 10 a 14 anos que reside em localidades prioritárias, conforme critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no país e decisão pactuada com estados e municípios.
FONTE; Correio do Povo