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Profissionais da educação realizam paralisação nacional nesta quarta-feira em defesa da valorização da categoria
Por Administrador
Publicado em 23/04/2025 13:16
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Profissionais da educação realizam paralisação nacional nesta quarta-feira em defesa da valorização da categoria

Evelise Oliveira Evelise Oliveira

 

 

Foto: Divulgação/CPERS

 

Nesta quarta-feira, 23 de abril 2025, ocorre em todo o país o Dia Nacional de Paralisação dos trabalhadores da educação, convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). A mobilização, que reúne professores, especialistas, funcionários de escola e demais profissionais da rede pública, tem o apoio de entidades estaduais, como o CPERS-Sindicato, e está inserida na Semana Nacional em Defesa da Educação Pública, promovida entre os dias 22 e 28 de abril.

 

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A paralisação envolve professores, especialistas, funcionários de escola, aposentados e demais servidores da rede pública de ensino. Ao longo do dia, são realizadas manifestações, panfletagens, visitas a órgãos públicos e atos em frente às Coordenadorias Regionais de Educação. No Rio Grande do Sul, os 42 núcleos do CPERS coordenam mobilizações descentralizadas, buscando diálogo com a comunidade escolar e autoridades.

 

Entre as principais reivindicações está a revisão geral dos salários em 12,14% para recomposição das perdas inflacionárias acumuladas desde 2014. De acordo com Rosane Zan, presidente estadual do CPERS, o índice foi aprovado em assembleia geral da categoria e reflete a necessidade de reparação de uma defasagem que supera 79% nos últimos dez anos. A dirigente destaca a situação crítica dos aposentados e funcionários de escola, que estão há anos sem qualquer reajuste, e menciona a sobrecarga provocada pela cobrança de contribuição previdenciária mesmo após a aposentadoria, além da reestruturação do plano IP Saúde, que implicou aumento de despesas para os servidores.

 

Outro ponto central da pauta é o excesso de burocracia imposto às escolas, que compromete o trabalho pedagógico. Rosane observa que grande parte do tempo dos educadores é consumido pelo preenchimento de planilhas e relatórios exigidos pelas secretarias de educação, reduzindo a qualidade do ensino e contribuindo para o adoecimento da categoria. Ela destaca que professores deixam de investir na preparação de aulas em função das tarefas administrativas, o que afeta diretamente o processo de ensino-aprendizagem.

 

A dirigente também denuncia as condições precárias de infraestrutura em diversas unidades escolares. Em São Nicolau, uma escola estadual permanece com a estrutura comprometida desde setembro de 2023, sem reparos após as avarias causadas por fortes chuvas. Segundo ela, há relatos semelhantes em outras regiões do estado, especialmente em locais onde o calor excessivo afeta o funcionamento das escolas e sobrecarrega a rede elétrica, inviabilizando o uso simultâneo de equipamentos como ar-condicionado.

 

A mobilização também repudia a militarização e a privatização das escolas públicas, processos que, segundo os organizadores, fragilizam o caráter democrático e inclusivo da educação. Os trabalhadores exigem investimentos em formação continuada, melhores condições de trabalho e uma política de valorização permanente, com foco na permanência dos estudantes e na qualidade da educação.

 

Em entrevista à Rádio São Luiz, Rosane ressaltou que a defasagem salarial dos educadores impacta diretamente a economia local, pois reduz o poder de compra da categoria. Segundo ela, os professores contribuem com o comércio de seus municípios, e a estagnação dos salários compromete o giro econômico em cidades como São Luiz Gonzaga/RS.

 

Ao final do dia, o CPERS fará uma avaliação estadual sobre o grau de adesão à paralisação. A expectativa da entidade é de forte mobilização em diversas regiões do estado, com manifestações pacíficas e reivindicatórias. O sindicato segue aguardando posicionamento do governo do Estado sobre o pedido de audiência para tratar da revisão salarial e das demais pautas da categoria.

 

Fonte: Rádio São Luiz

 

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